A instalação nuclear de Obninsk, inaugurada em 26 de junho de 1954, apresentava um reator de 5 mWt para gerar eletricidade e facilitar a pesquisa atômica experimental e "na verdade anunciou a criação de uma nova indústria na União Soviética", disse Aleksei Anpilogov, cientista político e especialista em energia nuclear, à Sputnik.
O especialista elogiou "a genialidade dos acadêmicos soviéticos Igor Kurchatov e Nikolai Dollezhal, que perceberam o fato de que seu experimento para criar um reator para a produção de plutônio para armas poderia ser usado para fins pacíficos e na economia em tempos de paz".
"É seguro dizer que o programa nuclear russo se apoia nos ombros do programa soviético 'átomo pacífico', já bastante avançado", destacou.
A liderança mundial da Rússia em tecnologia nuclear é "simplesmente inegável agora, especialmente no contexto do encerramento das usinas nucleares na Alemanha, bem como de uma situação muito difícil com os programas nucleares do Japão e dos Estados Unidos", concluiu o especialista.
Para o especialista, a Rússia continua a ser o país preferido em termos de exportação de reatores nucleares por "uma série de parâmetros, incluindo um preço bastante razoável", executada pela corporação nuclear estatal Rosatom.
A Rússia continua a ser o líder mundial nas exportações de energia nuclear, que cresceram mais de 20% em 2022, de acordo com análises da Bloomberg do ano passado. A Rosatom fornece cerca de um quinto do urânio enriquecido necessário para alimentar 92 reatores nucleares nos EUA, enquanto na Europa as empresas de serviços públicos que geram eletricidade para 100 milhões de pessoas dependem da Rosatom, segundo a apuração.