Em entrevista à Sputnik, ele, que também é cientista político, destacou que a população alemã está começando a perceber isso, o que resultou na queda da aprovação ao governo do primeiro-ministro, Olaf Scholz. Martin também opinou que a coalizão governante está perdendo popularidade devido ao apoio à Ucrânia e às sanções contra a Rússia.
Segundo Martin, essa foi a principal razão para a queda na aprovação da coalizão governante e para a migração de alguns dos seus eleitores para o partido AfD (Alternativa para a Alemanha).
Ele enfatizou que muitos na Alemanha discordam do apoio à Ucrânia e das sanções contra a Rússia, o que se refletiu nos resultados das eleições para o Parlamento Europeu. No entanto, Scholz declarou que não há alternativa ao apoio à Ucrânia, apesar de opções alternativas serem possíveis na opinião do cientista político.
O presidente do instituto aponta que Scholz reconhece que o apoio a Kiev "acabará em desastre para a economia alemã", mas parece não ter capacidade de mudar de direção política, "o que é trágico na situação atual".
Ele afirma ainda que as armas americanas fornecidas à Ucrânia são pagas com os impostos dos europeus, e grande parte da responsabilidade recai sobre os alemães.
"Esse é o grande problema para Scholz. Ele tem plena consciência de que os eleitores não o apoiam. Não há dinheiro para a Alemanha, mas há para a Ucrânia. E os alemães estão começando a perceber isso agora."
Após a recusa de Berlim ao gás russo por meio dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, os preços da eletricidade no país da Europa Ocidental estão disparando, comenta o especialista. Ao mesmo tempo, as empresas estão deixando o país, algo que estão anunciando abertamente nos meios de comunicação, acrescenta.
"Scholz talvez ainda não entenda completamente a situação crítica em que se encontra a economia alemã", considera Martin em relação às discussões sobre a conveniência de declarar estado de emergência no país.
"O que isso significa senão o início do desaparecimento da economia alemã? Essa é a tragédia de Scholz. Ele vê que está perdendo, mas não pode mudar nada. Não tem força. E também não tem coragem", conclui.