"Lamentamos, não é desejável que isso aconteça, mas o Mercosul tem 33 anos de história, é um bloco consolidado. Não altera em nada a cúpula. Mas politicamente é lamentável que ele decida não ir", disse a secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, Gisela Maria Padovan, em declarações à imprensa.
Milei decidiu não comparecer à cúpula do Mercosul, mas no próximo fim de semana estará em um encontro da direita que será realizado em Balneário Camboriú (estado de Santa Catarina, sul do Brasil) e que contará com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019–2022).
Caso a ausência do líder argentino na reunião do Mercosul se confirme, será a primeira vez que um país-membro do bloco não será representado pelo seu presidente — em 2022 Bolsonaro também não esteve presente pessoalmente, mas participou através de vídeo.
A representante do Itamaraty também confirmou que o governo brasileiro não foi informado oficialmente da presença de Milei no país, prática usual nesses casos. "Sobre a visita dele, não sei, não vamos comentar; não recebemos comunicação [diplomática]", disse Padovan.
Na terça-feira (2), Milei usou suas redes sociais e chamou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, de "dinossauro idiota perfeito", em uma nova crítica ao presidente, e, em outro fragmento de sua postagem, afirmou que o líder petista fora "preso por corrupção".
Os dois presidentes ainda não se encontraram pessoalmente. Lula afirmou recentemente em entrevista que ainda não falou com Milei porque espera um pedido de desculpas por parte do argentino ao Brasil pelo que disse durante a campanha presidencial na Argentina.