Em meio aos problemas internos como o aumento exorbitante do custo de vida e incertezas externas, Rishi Sunak anunciou no fim de maio a antecipação das eleições parlamentares no país, apesar do término do mandato só em meados de janeiro de 2025.
As pesquisas eleitorais mais recentes apontam que o partido de figuras como David Cameron Boris Johnson vai deixar o poder após 14 anos, e por uma boa diferença: os últimos dados para as eleições gerais apontam o Partido Trabalhista com 40% dos votos no Parlamento, enquanto os Conservadores devem conquistar 21% e o Reform UK está bem perto, com 18%. A última sigla é liderada por Nigel Farage, um dos principais incentivadores no país do Brexit.
Também há levantamentos que apontam que os Conservadores podem conquistar menos assentos, até mesmo que os Liberais Democratas. Caso esse cenário ocorra, a sigla não será sequer o partido principal da oposição.
Sunak esperava que 'boas notícias' econômicas mudassem o cenário
No país, especialistas lembravam que Sunak esperava que boas notícias econômicas jogassem a favor dos Conservadores, mas a inflação permanece acima da meta de 2%, atualmente em 2,3%, enquanto a economia do Reino Unido atingiu apenas 0,6% de crescimento no primeiro trimestre de 2024 após uma breve recessão técnica.
O apoio à sigla começou a declinar na fase final do governo de Boris Johnson e entrou em queda livre durante o período de Liz Truss, amplificado pelos desafios pós-Brexit, pela crise energética, pelo impacto das sanções contra a Rússia e pelo conflito na Ucrânia.
Esse período inclusive é responsável pelo aumento do apoio dos Trabalhistas até a faixa etária de 50 aos 64 anos, historicamente ligada à direita.
A iminente derrota eleitoral de Sunak espelha o desastre do presidente francês, Emmanuel Macron, no primeiro turno das eleições legislativas. Ambos os líderes são defensores declarados de armar a Ucrânia em meio à operação militar especial russa.