"A Declaração da OTAN é um forte compromisso neoconservador com a hegemonia dos EUA. Ela chama a OTAN a apoiar a 'ordem baseada em regras', que na verdade é a ordem baseada nos EUA, que é muitas vezes diretamente contrária à Carta da ONU", afirma Sachs.
Na quarta-feira (10), a OTAN divulgou uma declaração conjunta da Cúpula de Washington, que descreve os esforços da aliança para isolar ainda mais a Rússia, reforçar a segurança do bloco no seu flanco oriental, aumentar a assistência de segurança para a Ucrânia e afirmar que a Ucrânia está em um "caminho irreversível" para a OTAN, entre outras iniciativas.
"[A declaração] descreve a OTAN como uma força defensiva, apesar de a OTAN estar repetidamente envolvida em operações ofensivas de mudança de regime, incluindo no Afeganistão, Iraque, Sérvia, Líbia, Ucrânia e outros [países]", disse o economista.
Sachs explica que a declaração da OTAN também reafirma o Artigo 10 do Tratado de Washington, que afirma que a Rússia não tem nenhuma influência caso a OTAN se expanda para cercar a Rússia.
Além disso, Sachs pontua que a declaração conjunta da OTAN descreve o seu compromisso com as biotecnologias avançadas, o que levanta preocupações sobre a guerra biológica.
Ele ainda destacou que a declaração mostra a intenção da OTAN de continuar a implantar mísseis antibalísticos em toda a Europa, como foi feito anteriormente na Polônia, na Romênia e na Turquia, o que desestabilizou diretamente a arquitetura de controle de armas nucleares desde que os Estados Unidos se retiraram unilateralmente do Tratado de Mísseis Antibalísticos em 2002.
A Casa Branca anunciou mais cedo que os Estados Unidos iniciarão implantações episódicas de mísseis de longo alcance na Alemanha em 2026.
O embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, disse que os planos dos EUA de implantar as armas na Alemanha representam uma ameaça direta à segurança internacional e aumentam os riscos de uma corrida armamentista de mísseis.