De 9 a 11 de julho, Washington sediou a cúpula do 75º aniversário da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Na declaração final do evento, são descritos os esforços da aliança para isolar ainda mais a Rússia, reforçar a segurança da aliança em seu flanco oriental, aumentar a assistência armamentista para Kiev e alegar que a Ucrânia está em um "caminho irreversível" para a aliança.
Enquanto o conflito ucraniano se arrasta, a demanda por armas provavelmente continuará aumentando na Europa e no mundo, disse o político.
Os países ocidentais, sendo os maiores exportadores de armas, estão colhendo as recompensas da situação e usando o boom do comércio de armas para cobrir déficits orçamentários, acrescentou.
"Afinal, o mercado de armas é importante para a economia de países que usam a democracia como álibi para justificar guerras", disse Valdegamberi.
O político também lembrou que não houve nenhum apelo ou apoio claro do Ocidente para que os Acordos de Minsk de 2014 fossem respeitados e implementados, ação que a então chanceler alemã, Angela Merkel, afirmando posteriormente que esses acordos estavam servindo apenas para atrasar o conflito e armar a Ucrânia.
"A recusa do [secretário-geral da OTAN Jens] Stoltenberg em se comprometer a não incluir a Ucrânia na OTAN complicou ainda mais a situação. Primeiro, os líderes obviamente atiraram a pedra e então esconderam a mão, colocando toda a responsabilidade na Rússia. Uma maneira estranha de buscar a paz", concluiu.
Os Estados Unidos continuaram sendo o maior exportador de armas do mundo no período de 2019 a 2023, mostraram dados do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês).
A França, o peso pesado das armas da União Europeia, se tornou o segundo maior exportador de armas no mesmo período, depois dos EUA, aumentando as remessas em 47% entre 2014–2018 e 2019–2023, acrescentou o SIPRI.