Pelo menos quatro pessoas morreram neste sábado (20) durante confrontos esporádicos em algumas áreas da capital do país, que tem sido o centro dos protestos, e onde as forças de segurança montaram bloqueios de estradas para impor um toque de recolher, relata a Reuters.
Os serviços de Internet e mensagens de texto estão suspensos desde quinta-feira (18), isolando o país enquanto a polícia reprime manifestantes que desafiam a proibição de reuniões públicas.
As ligações telefônicas internacionais geralmente não conseguiam se conectar, enquanto os sites de organizações de mídia sediadas no país não eram atualizados e suas contas de mídia social permaneciam inativas.
A agitação nacional eclodiu após a revolta dos estudantes contra as cotas para empregos governamentais, que incluíam 30% reservados para as famílias daqueles que lutaram pela independência do Paquistão.
O governo havia descartado o sistema de cotas em 2018, mas um tribunal o restabeleceu no mês passado. A Suprema Corte suspendeu a decisão após um apelo do governo e ouvirá o caso no domingo (21) após concordar em antecipar uma audiência marcada para 7 de agosto.
As manifestações também foram alimentadas pelo alto desemprego entre os jovens, que representam quase um quinto da população.
No distrito central de Bangladesh, Narsingdi, manifestantes invadiram uma prisão na sexta-feira (19), libertando mais de 850 presos e ateando fogo à instalação, relataram canais de TV, citando a polícia. Incidentes dispersos de incêndio criminoso também foram relatados no sábado (20) em algumas partes do país.
Com o número de mortos aumentando e a polícia e outras forças de segurança incapazes de conter os protestos, as autoridades impuseram um toque de recolher nacional e mobilizaram os militares, que receberam ordens de atirar à vista, se necessário.