Panorama internacional

Bangladesh impõe toque de recolher e aciona Exército após mais de 110 pessoas morrerem em protestos

Daca ordenou que todos os escritórios e instituições permanecessem fechados por dois dias depois que pelo menos 114 pessoas foram mortas esta semana durante protestos liderados por estudantes contra cotas de empregos do governo.
Sputnik
Pelo menos quatro pessoas morreram neste sábado (20) durante confrontos esporádicos em algumas áreas da capital do país, que tem sido o centro dos protestos, e onde as forças de segurança montaram bloqueios de estradas para impor um toque de recolher, relata a Reuters.
Os serviços de Internet e mensagens de texto estão suspensos desde quinta-feira (18), isolando o país enquanto a polícia reprime manifestantes que desafiam a proibição de reuniões públicas.
As ligações telefônicas internacionais geralmente não conseguiam se conectar, enquanto os sites de organizações de mídia sediadas no país não eram atualizados e suas contas de mídia social permaneciam inativas.
A agitação nacional eclodiu após a revolta dos estudantes contra as cotas para empregos governamentais, que incluíam 30% reservados para as famílias daqueles que lutaram pela independência do Paquistão.
O governo havia descartado o sistema de cotas em 2018, mas um tribunal o restabeleceu no mês passado. A Suprema Corte suspendeu a decisão após um apelo do governo e ouvirá o caso no domingo (21) após concordar em antecipar uma audiência marcada para 7 de agosto.
As manifestações também foram alimentadas pelo alto desemprego entre os jovens, que representam quase um quinto da população.
No distrito central de Bangladesh, Narsingdi, manifestantes invadiram uma prisão na sexta-feira (19), libertando mais de 850 presos e ateando fogo à instalação, relataram canais de TV, citando a polícia. Incidentes dispersos de incêndio criminoso também foram relatados no sábado (20) em algumas partes do país.
Com o número de mortos aumentando e a polícia e outras forças de segurança incapazes de conter os protestos, as autoridades impuseram um toque de recolher nacional e mobilizaram os militares, que receberam ordens de atirar à vista, se necessário.
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