No telefonema feito com Vladimir Zelensky no dia 19 de julho, Trump disse ao ucraniano que o Exército russo "é uma máquina de guerra que vocês estão enfrentando. É isso que eles fazem, eles lutam guerras. Eles derrotaram [Adolf] Hitler. Eles derrotaram Napoleão [Bonaparte]. Temos que acabar com esta guerra", afirmou.
Ao comentar a declaração de Trump, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta sexta-feira (26) a repórteres que "provavelmente será útil para a maioria do público norte-americano saber que há muitas páginas gloriosas na história da Rússia e, de fato, provavelmente poucas pessoas nos Estados Unidos, quero dizer, norte-americanos comuns, e talvez representantes do chamado establishment político, conhecem a história com tanta profundidade".
Em seguida, Peskov foi questionado sobre um artigo no The Wall Street Journal, coescrito por Mike Pompeo, ex-secretário de Estado de Trump, no qual Pompeo diz que o ex-presidente pode desenvolver um programa de empréstimo e arrendamento para a Ucrânia no valor de US$ 500 bilhões (R$ 2,83 bilhões), além de promulgar novas sanções severas contra Moscou se vencer as eleições.
O porta-voz afirmou que o Kremlin estava lúcido quando se tratava de avaliar o que uma presidência de Trump poderia significar para o Estado russo.
"Nós nunca usamos e não usamos óculos cor-de-rosa. [Trump] é um representante da elite política dos EUA que agora está sofrendo totalmente de um sentimento russofóbico", disse Peskov.
O republicano está mostrando um pouco mais de sabedoria política ao manter canais de diálogo com a Rússia, mas agora isso realmente não afeta nada, acrescentou o porta-voz, lembrando que foi sob a presidência de Trump que Washington começou a política de sanções contra a Rússia e, nesse aspecto, ele não é muito diferente para Moscou, finalizou Peskov.