"Apesar de o mercado de serviços de cibersegurança nos EUA ser o maior do mundo, também foi onde ocorreram mais crimes cibernéticos em 2023", conclui o estudo.
Os autores observam que o conceito norte-americano de soberania digital ainda é tradicionalmente associado à ideia de liberdade na Internet e intervenção limitada do governo na esfera digital. "Isso reflete os valores liberais proclamados pela sociedade", afirma o relatório.
No entanto, nos últimos anos, as autoridades do país têm dado atenção especial à segurança nacional e à proteção da infraestrutura contra ataques cibernéticos. A preocupação cresceu após diversos escândalos de grande repercussão que trouxeram à tona a escala global da vigilância ilegal.
A tendência de aumentar a participação do governo na esfera digital também se reflete na legislação norte-americana. Em 2018, por exemplo, foi aprovada uma lei que simplifica o acesso das agências de aplicação da lei aos dados armazenados nos servidores das empresas do país localizadas fora dos EUA. Além disso, as autoridades de Washington limitam o uso de equipamentos e serviços de telecomunicações chineses.
Em maio de 2021, o presidente dos EUA, Joe Biden, assinou uma ordem executiva para fortalecer a cibersegurança do país e estabelecer requisitos rigorosos de segurança de software.
Apesar dessas medidas, o número de ataques cibernéticos nos EUA através de cadeias de suprimento de software está em alta: em 2023, o número total de ataques no país atingiu 242, em comparação com 115 no ano anterior.