Meloni, em sua primeira visita a Pequim como primeira-ministra, após a Itália ter abandonado a iniciativa emblemática do Cinturão e Rota do presidente chinês Xi Jinping no ano passado, afirmou que Roma quer reequilibrar os laços com Pequim.
"Hoje, o investimento italiano na China é cerca de três vezes maior que o investimento chinês na Itália. Nós claramente queremos trabalhar para remover obstáculos para que nossos produtos acessem o mercado chinês", disse Meloni a repórteres, acrescentando que busca "fortalecer nossa cooperação visando reequilibrar claramente o comércio", segundo a Reuters.
Roma está tecendo uma verdadeira ofensiva de charme com Pequim, a qual chega até a esfera do conflito na Ucrânia. Meloni, que junto a seus parceiros do G7 e da União Europeia enviou milhões em ajuda militar para Kiev, destacou junto a Xi o potencial da China para ajudar a pôr fim ao conflito.
"Acredito que a China pode se tornar, partindo dos princípios de soberania e integridade territorial aos quais sempre apela, um ator-chave para ajudar a identificar os elementos de uma paz justa", afirmou Meloni na segunda-feira (29), citada pela Bloomberg.
Esse ato de equilíbrio diplomático, escreve a mídia, é complicado pela postura mais dura do bloco europeu em relação a Pequim no comércio, e pelas críticas da parceria entre a China e a Rússia.
A premiê caracterizou seu encontro com Xi como "franco e respeitoso" e anunciou que os primeiros-ministros de ambas as nações realizariam reuniões anuais para manter a comunicação.
A mídia estatal chinesa tem elogiado Meloni, com o China Daily descartando a saída de Roma da Iniciativa do Cinturão e Rota como um resultado de "pressão externa", em um ataque velado aos Estados Unidos.
O Global Times a elogiou por fazer da Itália "uma ponte para as trocas Leste-Oeste" e citou "confiança política mútua aprofundada" em um editorial dessa terça-feira (30), quando os dois lados prometeram cooperação em inteligência artificial (IA) e veículos elétricos.