O Mecanismo de Ajuste de Fronteira de Carbono (CBAM, na sigla em inglês) do bloco europeu — um imposto sobre produtos como fertilizantes, cimento, ferro, aço e alumínio que entram no bloco — entrará em vigor em 2026.
Embora a medida tenha como objetivo alegado incentivar as empresas a adotarem melhores tecnologias de energia limpa e desencorajar a produção desses produtos fora da UE, nações como a África do Sul argumentam que ela transfere o ônus da ação climática para regiões mais pobres.
De acordo com a mídia, a África do Sul — que é a 14ª maior fonte de emissões de gases de efeito estufa do mundo e cujas exportações incluem carvão — diz que o imposto pode violar as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que os países precisam compartilhar a responsabilidade pelo processo de ajuste climático.
Na semana passada, em uma reunião do BRICS, os ministros do Comércio estavam "unidos sobre a necessidade de ter uma conversa sobre a reconsideração do CBAM", disse o ministro do Comércio sul-africano, Parks Tau, a repórteres na Cidade do Cabo na terça-feira (30).
"A ação unilateral nessa frente não ajuda. Não podemos simplesmente acordar um dia e dizer: 'OK, esses [produtos] não estão chegando porque você está prejudicando totalmente o mundo em desenvolvimento'", disse Tau, citado pela mídia.
Para cumprir com o novo imposto, alguns clientes europeus estão dando às empresas sul-africanas metas para reduzir o teor de carbono nos produtos que enviam para a UE, de acordo com a CEO da Business Leadership South Africa, Busisiwe Mavuso.
Elas estão se mostrando difíceis de cumprir, dado que o país deriva a maior parte de sua eletricidade do carvão, disse Mavuso, citada pela Bloomberg.