O Irã deteve mais de dezenas de pessoas, incluindo altos funcionários da inteligência, oficiais militares e funcionários de uma pousada militar em Teerã, informa no sábado (3) o jornal norte-americano The New York Times.
Tal acontece após o assassinato de Ismail Haniya, líder do escritório político do Hamas, que teve proteção insuficiente, diz a mídia.
"O fervor da resposta ao assassinato de Haniya ressalta a devastadora falha de segurança da liderança do Irã, já que o assassinato ocorreu em um complexo fortemente vigiado na capital do país, poucas horas após a cerimônia de posse do novo presidente", escreve o jornal.
Envolvimento do Mossad
Antes, na sexta-feira (2), o jornal britânico The Telegraph reportou que o Mossad, a agência de espionagem israelense, recrutou agentes de segurança iranianos para colocar explosivos na residência de Teerã onde estava hospedado o líder do Hamas.
De acordo com duas autoridades iranianas, o plano original era assassinar Haniya em maio, quando ele compareceu ao funeral do falecido presidente do Irã, Ebrahim Raisi. No entanto, a operação não foi realizada devido à grande multidão e à grande possibilidade de fracasso.
Em vez disso, os dois agentes colocaram dispositivos explosivos em três quartos da casa de hóspedes do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) no norte de Teerã. Na manhã de quarta-feira (31), às 02h00, horário local (19h30, no horário de Brasília), eles detonaram os explosivos do exterior no quarto onde Haniya estava hospedado.
"Agora, eles têm certeza de que o Mossad contratou agentes da unidade de proteção Ansar al-Mahdi", disse um funcionário do IRGC, referindo-se a uma unidade responsável pela segurança de autoridades de alto escalão.