O líder do Hamas, Ismail Haniya, foi morto anteriormente em um ataque em Teerã está semana. As Forças de Defesa de Israel (FDI) também anunciaram que um ataque em Beirute matou Fuad Shukr, um alto comandante do Hezbollah.
Israel vem adotando uma política de assassinatos há décadas e parece não ter desejo de mudá-la: "A mensagem é simples: quem nos atingir, mais cedo ou mais tarde pagará com a vida", disse Marco Carnelos, ex-diplomata italiano, conselheiro para o Oriente Médio dos primeiros-ministros Prodi e Berlusconi e ex-embaixador no Iraque, em entrevista à Sputnik.
"Os israelenses acreditam erroneamente que seu suposto direito de provocar qualquer um, em qualquer lugar, a qualquer hora assustará seus inimigos. Receio que esse cálculo não funcione mais, se é que funcionou", afirmou o ex-diplomata, acrescentando que a eliminação dos líderes do Hamas "não enfraqueceu o movimento em nada, pelo contrário", sublinhou.
Em sua visão, "a sociedade palestina continuará a lutar contra a ocupação israelense como fez nas últimas décadas. Uma vez que um líder palestino é eliminado, outro está imediatamente pronto para intervir".
"O movimento israelense é um movimento puramente psicológico que visa mostrar sua superioridade e sua impunidade para pressionar os outros a se ajustarem à sua política e a se curvarem à sua vontade", observou.
Embora o Hamas, o Irã e o Hezbollah tenham prometido retaliação pelos assassinatos, há apenas um dividendo político contemplado pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu: permanecer no poder, de acordo com o especialista.
"Portanto, se a continuação do conflito for útil para sua permanência no poder, como ele aparentemente acredita, ele não poupará esforços para estender seu controle sobre o cargo de primeiro-ministro de Israel. Se o eixo da resistência reagir, Netanyahu pode alegar a existência de um estado de guerra permanente e justificar ainda mais sua permanência no poder e a impossibilidade de ir a eleições antecipadas", concluiu Carnelos.