Ao veículo de notícias norte-americano, Hamdan afirmou que a organização política e de militância armada palestina não vê Israel agindo com boa-fé nas negociações de cessar-fogo. O político declarou ainda que o Hamas perdeu a confiança de que a administração de Joe Biden possa pressionar o gabinete de guerra do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para assinar um acordo de paz.
Uma nova rodada de negociações entre Israel, Hamas e países mediadores, como Egito e Catar, estavam marcadas para esta semana. No entanto, à Sputnik, o representante da organização no Líbano, Ahmed Abdel Hadi, disse que o grupo não comparecerá ao encontro.
Segundo Hamdan, os palestinos só participariam das discussões se não houvesse novos acréscimos aos termos originalmente propostos pelo presidente dos EUA.
"Informamos aos mediadores que qualquer reunião deve se basear em conversas sobre mecanismos de implementação e estabelecimento de prazos, em vez de negociar algo novo. Caso contrário, o Hamas não encontrará motivos para participar."
A perda de confiança nos Estados Unidos vem como uma derrota à política externa do país e, principalmente, a política de Joe Biden, que é criticado nos EUA tanto pelo lado progressista, por anuir a morte de mais de 39 mil palestinos, quanto pelo lado conservador, por não declarar apoio irrestrito a Israel.
Na semana passada, o Egito, o Catar e os Estados Unidos apelaram a Israel e ao Hamas para retomarem as negociações sobre os termos de um cessar-fogo nos dias 14 e 15 de agosto. Os líderes dos três países disseram estarem prontos para apresentar uma proposta final para chegar a um acordo.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, adiou sua viagem programada à região em meio à incerteza da situação e aos planos iranianos de atacar Israel.