Valery Zaluzhny, ex-comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, deu a ordem para explodir em setembro de 2022 os gasodutos russo-alemães Nord Stream (Corrente do Norte), violando uma ordem direta de Vladimir Zelensky para interromper a operação, informou na quarta-feira (14) o jornal norte-americano The Wall Street Journal (WSJ).
De acordo com fontes anônimas dos EUA, da Ucrânia e da Europa, Zelensky aprovou inicialmente o plano para minar os gasodutos. A operação foi conduzida por Zaluzhny, e todas as ordens foram passadas verbalmente para não deixar nenhuma evidência. Posteriormente, os EUA tentaram intervir na situação.
"A CIA [Agência Central de Inteligência dos EUA] exigiu que o escritório de Zelensky interrompesse a operação", escreve o WSJ.
De acordo com o WSJ, Zelensky passou essa ordem para Zaluzhny, mas o general ignorou a ordem, "e sua equipe fez ajustes no plano original".
Zaluzhny, que agora é embaixador da Ucrânia em Londres, Reino Unido, negou ao jornal seu envolvimento no atentado ao gasoduto.
A mídia solicitou comentários a quatro oficiais de segurança ucranianos de alto escalão que, como o artigo observa, "participaram da destruição dos Nord Stream ou tiveram acesso direto a informações sobre a operação". Todos os entrevistados confirmaram que Kiev considerava os gasodutos um "alvo legítimo".
O artigo afirma que os esforços dos investigadores alemães estão concentrados na coleta de provas contra Zaluzhny e seus assessores. As descobertas podem mudar a relação entre Kiev e Berlim, que tem fornecido à Ucrânia financiamento e equipamento militar.
"Alguns líderes políticos alemães podem ter se dispostos a ignorar as evidências que apontam para a Ucrânia, por medo de prejudicar o apoio interno ao esforço de guerra. Mas a polícia alemã é politicamente independente, e sua investigação ganhou vida própria à medida que eles trabalhavam em uma pista após a outra", apontou a matéria.
Além disso, um alto responsável alemão familiarizado com a investigação disse ao WSJ que "um ataque dessa magnitude é motivo suficiente para acionar a cláusula de defesa coletiva da OTAN, mas a questão é que a infraestrutura crítica foi destruída por um país" que Berlim apoia com o fornecimento de armas.