Na semana passada, Egito, Catar e Estados Unidos pediram a Israel e ao Hamas que retomassem as negociações sobre o fim da guerra na Faixa de Gaza. Os líderes dos três países enfatizaram que estão prontos para apresentar uma proposta final e alcançar um acordo. O representante do Hamas no Líbano, Ahmed Abdel Hadi, disse à Sputnik que o movimento palestino não participaria das negociações.
"O movimento [Hamas] não rejeita o princípio das negociações como tal, ao contrário das declarações feitas pela propaganda sionista [israelense], e exige um plano operacional que assegure o sucesso desses esforços e leve a uma cessação efetiva da agressão", alegou.
Segundo ele, qualquer negociação deve ser baseada em um plano claro sobre como implementar as ações acordadas. O oficial também expressou sua preocupação de que Israel possa dificultar as negociações para continuar com os confrontos militares no enclave.
"O movimento acredita que o verdadeiro obstáculo para uma cessação de hostilidades é a contínua evasão de Israel e o apoio incondicional que a administração dos Estados Unidos lhe concede, pois está indissoluvelmente ligado à posição de [Benjamin] Netanyahu", disse Badran.
O Hamas tem respondido repetidamente às iniciativas internacionais de cessação de hostilidades, incluindo a proposta do presidente dos EUA, Joe Biden, e as relevantes resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), acrescentou o oficial.
"No entanto, a força de ocupação [Israel] continua se recusando a fazer um acordo concreto e insiste em continuar seus crimes na Faixa de Gaza, ignorando todos os apelos para parar a guerra. Qualquer acordo deve incluir uma cessação completa das hostilidades, uma retirada total das tropas da Faixa de Gaza, o retorno dos deslocados e reconstrução, assim como a troca de prisioneiros", afirmou Badran.
Em 7 de outubro de 2023, Israel foi atacado pelo Hamas a partir da Faixa de Gaza. Em retaliação, o Estado judaico lançou operações militares no enclave palestino e anunciou um bloqueio completo do território que dura quase dez meses. O Ministério da Saúde do enclave informou que o número de mortes devido aos ataques israelenses já ultrapassou 39.900.