O México não aceita interferência estrangeira em seus assuntos, disse López Obrador, depois que o embaixador norte-americano, Ken Salazar, alertou que a proposta do governo de eleger juízes é uma ameaça à sua democracia.
"Ultimamente, houve atos de desrespeito, como esta declaração infeliz e imprudente feita pelo embaixador Ken Salazar ontem [22], e uma nota diplomática de condenação já foi emitida", disse o presidente mexicano durante sua entrevista coletiva diária, citada pela Bloomberg.
Na quinta-feira (22), Salazar disse que os cartéis de drogas terão mais facilidade para se infiltrar no judiciário mexicano se um plano para que todos os juízes sejam eleitos por voto popular for aprovado, uma medida que o governo cessante de López Obrador está discutido no Congresso.
AMLO, como o presidente mexicano é conhecido, rejeitou os argumentos e disse que a reforma impedirá que o crime organizado domine o judiciário.
"Se os juízes forem eleitos, que é o que estamos propondo, poderemos limpar o judiciário da corrupção, e esses juízes saberão que representam o povo, a nação, e que sua função é fazer justiça", disse o presidente.
Salazar também disse que a reforma pode minar a confiança no sistema jurídico mexicano e ameaçar as relações comerciais.
O governo mexicano anunciou que enviou uma nota diplomática dizendo que os comentários dos EUA "representam uma interferência inaceitável, uma violação da soberania do México".