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'Contra brasileiros': ministro critica editorial de jornal que pede privatização de estatais (VÍDEO)

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, criticaram o editorial do jornal brasileiro Folha de S.Paulo durante um evento realizado na sede do banco, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (26).
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Intitulado "Desenvolvimento e Mundo do Trabalho – Desafios para Políticas Públicas e Negociações Coletivas", o simpósio teve como objetivo discutir o papel dos sindicatos frente a uma reorganização mundial não somente das formas trabalhistas, mas também da divisão internacional do trabalho.
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Ministério do Trabalho: elite prioriza interesses do mercado em detrimento do desenvolvimento
Durante sua fala inicial, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, comentou que leu em um importante jornal do país a defesa da privatização da Petrobras, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.

"Qual é o argumento? Que elas precisam ser rentáveis? Elas tiveram lucro de R$ 170 bilhões no ano passado e pagaram R$ 49 bilhões ao Tesouro Nacional."

O texto ao qual Mercadante fez referência foi o editorial da Folha de S.Paulo de domingo (25), que afirma que é difícil encontrar uma empresa estatal "em que o interesse público possa justificar tal condição". A única que se justifica é a Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária], de pesquisa agropecuária, afirma a mídia do empresário Luiz Frias.
Em seu discurso, o presidente do BNDES destacou ainda a importância social e civil das estatais brasileiras, como do próprio BNDES e da Petrobras, que atuam como um dos principais motores da política de reindustrialização brasileira, e da Caixa Econômica.
"Nós precisamos de um banco como a Caixa para fomentar a habitação popular, que é o papel fundamental dela, com 100 anos de expertise. Nós precisamos de uma empresa como a Petrobras, que chegou a ser 17,5% dos investimentos do país."
Segundo Mercadante, é preciso "discutir uma nova relação Estado-mercado, sair dessa visão simplista".

"Até mesmo porque a ideia de que privatizar é sinônimo de eficiência não é verdade. Me expliquem a Oi, me expliquem a Light, me expliquem a Americanas", argumentou, citando companhias que passaram por problemas graves após irem para as mãos da iniciativa privada.

Já o ministro do Trabalho e do Emprego, Luiz Marinho, iniciou seu discurso respondendo ao questionamento inicial de Mercadante. Para o sindicalista, os problemas que os editorialistas da Folha de S.Paulo têm com essas estatais não é a falta de bom resultado econômico.
"Ela é contra o resultado para o povo brasileiro", decretou.

"Ela [a Folha] queria o resultado para os privados. Para os poucos que ela deseja entregar: o Banco do Brasil, a Caixa, a Petrobras. Esse é o drama deles. A privatização é para isso […], eles não concordam para onde vai o resultado."

No restante de seu discurso, Marinho defendeu os bons resultados de sua pasta nos últimos anos, adiantando que os números acumulados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que serão anunciados na quarta-feira (28), já são melhores do que todo o ano passado.
"Não vou anunciar o de julho aqui hoje, mas só adiantar que ele vem bem. Nos sete meses deste ano, o Caged tem um número maior do que os 12 meses do ano passado."
Em entrevista a repórteres na saída do evento, Marinho ainda chegou a criticar a atuação do Banco Central no controle da inflação por meio da manutenção dos altos juros do país, que possui a segunda maior taxa de juros real do mundo.
"Aumentar os juros significa sangrar o orçamento público, piorar as contas públicas, não ajudar. O que nós precisamos é aprender a trabalhar controlando a inflação."

"Espera-se do Banco Central um grande esforço de não aumentar juros para exatamente favorecer a produção. Nós temos necessidade de mais produção no Brasil. E esse é o principal ingrediente para combater a inflação neste momento da economia brasileira."

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