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Caso Marielle: Conselho de Ética da Câmara aprova cassação do deputado Brazão

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (28) o parecer que pede a cassação do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
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A deputada Jack Rocha (PT-ES), relatora do caso, votou pela cassação do mandato de Brazão, com base no que chamou de "evidências significativas" apresentadas pelo relatório da Polícia Federal. Além dela, houve 14 votos favoráveis, um voto contrário, do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), e uma abstenção, de Paulo Magalhães (PSD-BA).

"O caso Marielle Franco é emblemático ao destacar a intersecção entre a violência de gênero e a violência política, onde a sua atuação como mulher na política foi alvo de ataques mortais", declarou a relatora.

A defesa de Brazão tem cinco dias úteis para recorrer à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa. Para que o mandato seja cassado, são necessários pelo menos 257 votos favoráveis no Plenário.
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Brazão, que está preso, falou por videoconferência e voltou a alegar inocência. O deputado afirmou que tinha boa relação com Marielle.

"A vereadora Marielle era minha amiga, comprovadamente nas filmagens. Não teria qualquer motivo, porque nós sempre fomos parceiros, e 90% da minha votação e da dela coincidem. Marielle saía do lugar dela e pedia às vezes uma bala, um chiclete. Se pegar as filmagens, como tem aí diversas, ela falando de mim, falando bem", declarou Brazão.

Ainda de acordo com o parlamentar, o ex-policial Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora e do motorista Anderson Gomes, o acusou em delação premiada para obter benefício.
Em delação premiada, Lessa apontou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão como mandantes do crime. Lessa apontou ainda o envolvimento de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro no caso. Os três estão presos desde março.
Segundo Lessa, os irmãos Brazão mandaram matar Marielle como forma de se vingar de Marcelo Freixo, político carioca conhecido pelo combate às milícias.
Em 2008, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias, promovida na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), Brazão foi apontado como um dos políticos aliados da milícia que comandava Rio das Pedras, comunidade da Zona Oeste da cidade do Rio, sendo um dos únicos políticos que podia fazer campanha no território.
Marielle trabalhou como assessora de Freixo por dez anos até ser eleita vereadora, em 2016, pelo PSOL. Cinco meses antes da morte da vereadora, Freixo também teve um papel na Operação Cadeia Velha, que prendeu políticos influentes do MDB no Rio de Janeiro, o então partido de Brazão.
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