Segundo o órgão, Pavel Durov, dono do Telegram, é acusado de seis crimes, tendo entre eles "a administração de plataforma on-line para cometer transações ilegais".
As autoridades francesas também comunicaram que o fundador do Telegram deverá pagar uma fiança estimada em 5 milhões de euros (cerca de R$ 30,8 milhões). Além disso, após a quitação da fiança, Durov deverá comparecer, no mínimo, duas vezes na Justiça para prestar depoimentos.
Durov, de origem russa e que possui cidadania em vários países, incluindo a França, foi detido em um aeroporto de Paris no sábado sob acusações relacionadas ao uso criminoso de seu aplicativo Telegram, incluindo terrorismo, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e fraude.
"Ele [Durov] foi colocado sob supervisão judicial, em particular, com a exigência de pagar uma fiança no valor de 5 milhões de euros, a obrigação de se apresentar em uma delegacia de polícia duas vezes por semana e a proibição de deixar o território da França", diz o documento.
Prisão na França
Nesta quarta-feira, uma fonte do gabinete do promotor de Paris disse à Sputnik que o fundador do Telegram esteve diante de um juiz de instrução na França.
"O próprio Durov estava cheio de entusiasmo sobre o Ocidente, chamando-o de baluarte contra regimes autoritários. Mas, agora, seu amor pelo Ocidente está pregando uma peça cruel em Durov. Sob o disfarce de palavras como 'democracia' e 'tolerância', a Europa liberal está restringindo severamente as liberdades civis e usando métodos não [muito] diferentes dos regimes autoritários", disse Eugene Schmidt, legislador alemão do partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), à Sputnik.
De acordo com o legislador, a prisão de Durov por se recusar a censurar sua plataforma e cumprir com as exigências da União Europeia (UE) é vista como um ataque à liberdade de expressão.
"Durov foi preso por se recusar a censurar sua plataforma e se submeter aos burocratas da UE. Ele pode pegar até 20 anos de prisão. Antigamente, os governos ocidentais o celebravam por se recusar a cooperar com o governo russo", disse Schmidt.