O presidente Emmanuel Macron e seu colega sérvio Aleksandar Vucic anunciaram o acordo para 12 caças Rafale. Belgrado é quase totalmente cercada por membros da OTAN e tem buscado conciliar seus interesses geopolíticos e econômicos entre o leste e o oeste, relata a Bloomberg.
"O lugar da Sérvia é na UE", disse Macron em uma entrevista coletiva com Vucic na quinta-feira (29), chamando o acordo de "uma abertura, uma mudança estratégica".
Os dois lados também assinaram uma dúzia de acordos sobre projetos de infraestrutura, exploração e fornecimento de minerais essenciais, bem como sobre a avaliação do potencial desenvolvimento de programas de energia nuclear na Sérvia.
Embora o governo de Vucic tenha condenado a operação russa na Ucrânia, ele se recusou a aderir às sanções do bloco europeu contra Moscou, tentando não cortar laços com a Rússia, ao mesmo tempo em que busca cada vez mais apoio da China, analisa a mídia.
"Emmanuel gostaria que impuséssemos sanções à Rússia, eu sei disso. Nós apoiamos a integridade territorial da Ucrânia, mas aderir às sanções ocidentais não é uma opção", disse Vucic, olhando para seu convidado francês.
A Sérvia é o "país mais importante" a candidatar-se à adesão à UE nos Bálcãs Ocidentais, disse Jean-Noel Barrot, ministro francês para Assuntos Europeus na quinta-feira (29).
"Se não substituirmos os caças russos por esses Rafale, esse enclave que fica no meio da União Europeia se tornará um ponto de entrada para a instabilidade no continente e um ponto de entrada para todos os regimes autoritários, da Rússia à China", disse Barrot, citado pela mídia.
Nos últimos anos, Belgrado aumentou os gastos militares, inclusive com encomendas de sistemas de defesa aérea Pantsir da Rússia e mísseis de curto alcance de fabricação chinesa.