"Não podemos aceitar a legitimidade de Maduro como presidente eleito. Ele continuará sendo presidente de fato, mas negamos a legitimidade democrática com base em resultados que não podem ser verificados", disse Borrell, após uma reunião informal de ministros das Relações Exteriores em Bruxelas.
As eleições presidenciais na Venezuela foram realizadas em 28 de julho. O Conselho Nacional Eleitoral declarou Nicolás Maduro presidente eleito para 2025-2031. Segundo o boletim eleitoral, Maduro venceu as eleições presidenciais com 51%, contra 44% de Edmundo Gonzales.
No entanto, o resultado foi contestado pela oposição, que afirmou, com base em uma contagem paralela, que a vitória teria sido do oponente, Edmundo González. Uma parte da população que discordou do resultado nas urnas iniciou uma onda de protestos. Mais de 2 mil pessoas foram detidas, acusadas de destruir infraestruturas públicas, incitar ao ódio e ao terrorismo.
Maduro pediu, em 31 de julho, ao Supremo Tribunal proteção constitucional para impedir os ataques ao processo eleitoral, que ele chamou de uma forma de realizar um golpe.
Na sua posição de líder regional e garantidor do processo eleitoral venezuelano, segundo os Acordos de Barbados, o Brasil foi alçado ao cargo de mediador entre as partes, servindo também de conselheiro para os Estados Unidos e para a Europa sobre a situação.
Brasil e Colômbia buscam amenizar a crise pós-eleitoral na Venezuela e chegaram a sugerir que a Venezuela repetisse a votação, proposta que foi criticada pelo governo e pela oposição.
Já Moscou disse que a oposição venezuelana deve admitir a derrota nas eleições. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alertou terceiros países contra o apoio a tentativas de desestabilizar a situação interna na Venezuela.