O Times of Israel citou Bar-David dizendo que a greve começaria às 6 da manhã e estava programada para durar um dia, com outras decisões a serem tomadas após segunda-feira.
"Judeus estão sendo mortos nos túneis de Gaza. Isso deve parar", disse o chefe da Federação Trabalhista de Israel em uma entrevista coletiva após uma reunião com o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas em Tel Aviv.
Na noite de sábado (31) foram recuperados o corpo de seis reféns em um túnel na cidade palestina de Rafah, em Gaza: Carmel Gat, Aden Yerushalmi, Hersh Goldberg-Bolin, Alexander Lubnov, Almog Sarousi e o suboficial Uri Danino.
Depois de falar com vários oficiais de segurança, o chefe trabalhista disse que acreditava que o acordo estava paralisado "por causa de considerações políticas".
"Recebemos sacos para cadáveres em vez de um acordo. Cheguei à conclusão de que nossa intervenção [com a greve] pode mover aqueles que devem se mover."
"Peço ao povo de Israel que tome as ruas, esta noite e amanhã, e que todos participem da greve."
O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas pediu mais cedo hoje ao público que "participe de uma manifestação em massa, exigindo o fechamento completo do país". Seu apelo foi adotado pelo Fórum Empresarial de Israel, que representa a maioria dos trabalhadores do setor privado de 200 das maiores empresas do país, bem como o líder da oposição Yair Lapid.
'Preocupação de Netanyahu é permanecer no poder'
Yair Lapid, fundador do partido Yesh Atid, também criticou o fracasso israelense no resgate dos reféns. O líder de oposição acusou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de só se importar consigo mesmo.
"O que importa para ele é saber que chegar a um acordo pode levar ao desmantelamento de seu governo, e tudo o que ele se importa é permanecer no poder."
"Netanyahu não tem alma, esse é o nosso problema. Temos um primeiro-ministro sem alma, é por isso que ele não está fazendo um acordo de troca de prisioneiros", acrescentou Lapid.
Netanyahu e as Forças de Defesa de Israel não tem recebido críticas apenas da oposição, mas também do próprio partido governante, Likud.
O parlamentar da Knesset Amit Halevi explicou que a política do Exército israelense é uma política destrutiva e que é responsabilidade do país mudá-la. Segundo o membro da base do governo, é uma vergonha que ainda haja 101 reféns detidos pelo Hamas e que, mesmo estando próximos de Israel, o país não é capaz de libertá-los como resultado de decisões políticas erradas.
Alemanha pressiona por cessar-fogo em Gaza
O chanceler alemão Olaf Scholz comentou a morte dos seis reféns israelenses em Gaza, enfatizando a necessidade de se alcançar um cessar-fogo para a liberação dos cidadãos.
"A notícia de que seis reféns foram encontrados mortos na Faixa de Gaza nos enche de tristeza e raiva [...] Ao mesmo tempo, deixa claro mais uma vez que um cessar-fogo que abra caminho para a libertação de todos os reféns do Hamas deve ser a principal prioridade. Outras considerações devem ser deixadas de lado", disse o líder alemão em seu perfil no X.