Panorama internacional

Moeda do BRICS pode ajudar Brasil a evitar política monetária desfavorável dos EUA, diz analista

O papel do dólar dos EUA no sistema econômico global está em declínio desde o início do século e a nova moeda do BRICS pode se tornar uma alternativa, disse Albert Bakhtizin, diretor do Instituto Central de Economia e Matemática da Academia Russa de Ciências, à Sputnik.
Sputnik
Segundo o especialista, com a fragmentação contínua da economia global, existe uma forte necessidade de abandonar câmbios mútuos em dólar.
"A participação dessa moeda na estrutura das reservas cambiais mundiais diminuiu visivelmente de 71,1% em 2000 para 58,4% até agora", disse ele à margem do Fórum Econômico do Oriente.
Segundo Bakhtizin, os maiores participantes do BRICS podem estar na vanguarda da despolarização, já que todos precisam limitar a dependência de fatores externos. O tema foi destacado durante a sessão "BRICS ampliado: novos fatores de estabilidade global" do fórum.

"O Brasil e a Índia, em particular, estão interessados em limitar a política monetária desfavorável dos EUA, reduzir a volatilidade de suas moedas e reduzir os custos de transação, enquanto a China pretende reduzir a influência do dólar e mover a economia mundial para um sistema monetário multipolar", observou.

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Quando perguntado sobre o que está substituindo o dólar, Bakhtizin observou que ainda é difícil responder, mas a nova moeda dos países do BRICS, que pretende ser criada, pode contribuir para fortalecer a integração econômica dos países dessa organização, reduzindo a influência dos EUA na arena global e enfraquecendo a posição do dólar como moeda de reserva mundial.
Ele destacou também a necessidade de ter um sistema de pagamento próprio do BRICS, que seria uma alternativa do SWIFT, sistema internacional que permite que bancos de diferentes países façam pagamentos entre si de forma rápida e segura.
A porcentagem do PIB do BRICS em paridade do poder de compra (PPC) na economia global é de 36%, enquanto a do Grupo dos Sete (G7) é apenas 29%. Já o comércio entre os Estados do BRICS corresponde a 20% do comércio global, aponta Bakhtizin.
De acordo com ele, o próprio sistema de pagamento do bloco deverá aumentar esses números.
O Fórum Econômico do Oriente está decorrendo de 3 a 6 de setembro no campus da Universidade Federal do Extremo Oriente, em Vladivostok.
O tema principal do evento deste ano é "Extremo Oriente 2030. Unindo esforços, criando oportunidades". A Sputnik é o principal parceiro noticioso do fórum.
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