Lula definiu a situação venezuelana como um "rolo" e reforçou que não reconhece a vitória de Nicolás Maduro, mas também criticou medidas mais severas, como bloqueios comercial e econômico contra a Venezuela, acrescentando que essas ações punem a população local, e não o governo Maduro.
"Estamos agora em uma posição [conjunta] Brasil-Colômbia. A gente não aceitou o resultado das eleições, mas não vou romper relações. E também não concordo com a punição unilateral, o bloqueio, porque o bloqueio não prejudica o Maduro. O bloqueio prejudica o povo. E eu acho que o povo não deve ser vítima disso", afirmou o presidente na entrevista, citada pelo jornal Folha de S.Paulo.
O presidente afirmou que o comportamento de Maduro "deixa a desejar", acrescentando que a solução para a crise no país vizinho passa por um entre dois caminhos: uma nova eleição ou então a formação de um governo de coalizão.
"Eu me senti no direito de dizer que não reconhecia aquilo [Maduro não divulgar as atas eleitorais], que não estava correto, como eu também não reconheço o fato de que a oposição ganhou. Ali só tinha uma solução: ou fazer uma nova eleição ou fazer uma coalizão para que pudesse viver democraticamente", afirmou.
Caracas enfrenta uma crise política desde as eleições presidenciais de julho. Maduro foi proclamado reeleito, mas o resultado foi rejeitado pela oposição e por líderes regionais.
O Brasil e outros países têm pressionado a Venezuela para que divulgue as atas que comprovariam a lisura do pleito. As autoridades venezuelanas ainda não divulgaram os documentos.