O enviado de reféns de Israel, Gal Hirsch, disse em uma entrevista nesta terça-feira (10) à Bloomberg que "estou pronto para fornecer passagem segura para Sinwar, sua família e quem quiser se juntar a ele".
"Queremos os reféns de volta. Queremos desmilitarização, desradicalização e, claro, um novo sistema que administrará Gaza", afirmou.
Hirsch disse que colocou a oferta de passagem segura na mesa há um dia e meio. Ele reiterou que Israel também teria disposição em libertar prisioneiros que detém como parte de qualquer acordo.
A autoridade descreveu a oferta como parte de um esforço para chegar a novas soluções, já que as perspectivas de um cessar-fogo parecem cada vez mais sombrias.
A oferta é feita em meio a fortes protestos em Tel Aviv por parte de familiares de reféns que acusam o governo de Benjamin Netanyahu de priorizar seu mandato e administração em vez da recuperação dos sequestrados.
Em uma reunião de gabinete ocorrida há duas semanas, e vazada para a mídia israelense, Netanyahu disse ao ministro da Defesa, Yoav Gallant, que estava priorizando sua posição de manter as tropas israelenses no corredor da Filadélfia — na fronteira com o Egito —, em detrimento de salvar as vidas dos reféns restantes na Faixa de Gaza, conforme noticiado.
A Bloomberg afirma que não está claro se o Hamas aceitaria a proposta de Sinwar deixar Gaza, especialmente devido ao histórico de operações de Israel visando agentes no exterior, como foi o caso do ex-líder do grupo palestino Ismail Haniya, morto na capital do Irã, Teerã, em 31 de julho. Uma ação que tanto o Irã quanto o Hamas atribuíram às forças israelenses.
Também nesta terça-feira (10), o Ministério da Saúde de Gaza disse que 19 pessoas foram mortas em um ataque aéreo noturno em Mawasi, perto da cidade de Khan Yunis.
Cerca de 41 mil palestinos foram mortos na guerra, de acordo com autoridades de saúde em Gaza. Do lado israelense, cerca de 1,2 mil pessoas foram mortas e 253 sequestradas.