"Declaração do estado de emergência no departamento de Loreto por perigo iminente devido ao déficit hídrico, pelo prazo de sessenta (60) dias corridos, para a execução de medidas e ações excepcionais, imediatas e necessárias, para a redução do muito alto risco existente, bem como para resposta e reabilitação correspondentes", pontua o decreto.
Há semanas, o Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia do Peru (Senamhi) alerta sobre a diminuição acelerada do volume nos principais rios da região, o que afeta o transporte e o comércio fluvial, prejudica os ecossistemas e dificulta o uso e consumo de água.
De acordo com dados do Senamhi, o aumento das temperaturas e dos raios ultravioletas agravaram a seca, com rios como o Ucayali e o Amazonas diminuindo o volume a uma taxa diária de 10 centímetros, alcançando mínimos históricos.
Além disso, a Floresta Amazônica peruana atingiu novos recordes históricos de calor, com valores próximos a 40 °C. Há expectativa de chuvas, com a queda repentina nos termômetros, porém não devem aliviar a crise.
"Precisamos de chuvas consecutivas nas cabeceiras das bacias e na cordilheira. Estamos com déficit de chuvas", respondeu o Senamhi à Sputnik.
O Ministério do Ambiente também confirmou que os rios Amazonas, Marañón, Napo, Nanay e Huallaga permanecem em "nível vermelho", ou seja, muito baixos para a navegação e outras atividades.
O perigo de encalhe ameaça o comércio na região, onde os produtos de primeira necessidade estão se esgotando, sem que os agricultores e produtores consigam abastecer os mercados, resultando no aumento dos preços e no desabastecimento. A temporada de chuvas na Amazônia peruana costuma começar só em dezembro.