O encontro visa fortalecer relações acadêmicas entre os países e divulgar opções de cursos gratuitos na Rússia, com destaque para a Universidade de São Petersburgo, uma das instituições mais renomadas do país.
Matheus Gussev, de 24 anos, membro da organização dos jovens compatriotas russos no Brasil, afirmou ser "um evento único".
"Isso infelizmente nunca aconteceu no Brasil, é a primeira vez que está acontecendo", reforçou à reportagem.
Gussev ressaltou que a SBGU, segunda maior universidade da Rússia, veio ao Brasil para apresentar as possibilidades de educação acessível. "Poucas pessoas sabem, a Rússia fornece bolsas de estudo gratuitas, o Brasil recebe em torno de 40, 45 bolsas por ano", disse.
A Casa da Rússia no Brasil é responsável pela organização e divulgação das palestras, que destacam a Universidade de São Petersburgo, uma das mais prestigiadas instituições de ensino superior da Rússia, e outras universidades russas como alternativas para estudantes brasileiros.
Segundo ele, o Russia Fest tem um impacto positivo, especialmente entre descendentes russos no Brasil.
Ele vê o evento como uma oportunidade para os brasileiros de origem russa retornarem às suas raízes. "É uma oportunidade de você retornar ao país das origens dos seus familiares e poder estudar o seu idioma, você poder voltar àquelas origens, você poder conhecer um pouquinho da cultura também", comentou.
Gussev também relembrou a repressão histórica sofrida pelos descendentes russofalantes no Brasil durante o Estado Novo, quando o idioma russo foi proibido.
Ele compartilhou a história de seu tataravô, que chegou ao Brasil em 1927.
"Uma coisa que meu tataravô falava muito é: 'Se eu ousar falar russo na rua, cortam-me a língua, o governo brasileiro corta-me a língua'", disse.
Hoje, segundo ele, com a aproximação entre Brasil e Rússia, especialmente por meio do BRICS, essa realidade mudou. "A gente vê o Brasil com uma aproximação muito grande com a Rússia".