Segundo Lavrov, a última resolução do Conselho de Segurança da ONU, que apela ao cessar-fogo na Faixa de Gaza, foi deixada de lado.
"Os EUA não cumpriram as suas promessas, mas isso não significa que devamos abandonar os nossos esforços. Ficaríamos satisfeitos se a mediação do Egito e de outros países árabes trouxesse resultados. O Conselho de Segurança da ONU não deveria ignorar esse problema porque hoje é o maior problema internacional", disse Lavrov em uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo egípcio.
O chanceler russo também comentou que assim que o conflito na Faixa de Gaza cessar, "teremos de lidar imediatamente com o envio de cargas humanitárias porque a situação humanitária na Faixa de Gaza é catastrófica".
"É muito importante não congelar novamente esse conflito. Todos os oponentes devem ser forçados a cumprir as decisões do Conselho de Segurança da ONU e da Assembleia Geral [da ONU] sobre a criação de um Estado palestino, o que não é uma tarefa fácil", disse o chanceler.
No dia 18 de julho, o Knesset (parlamento Israelense) aprovou uma declaração contra o estabelecimento do Estado Palestino a oeste da Jordânia, afirmando que "a criação de um Estado palestino no coração da terra de Israel poria em perigo a existência do Estado de Israel e dos seus cidadãos, intensificaria o conflito israelo-palestino e desestabilizaria a região", entre outras coisas.
Em 1947, a ONU, com a participação ativa da União Soviética, decidiu criar dois Estados: Israel e Palestina, mas apenas o primeiro foi criado.
A Palestina insiste que as futuras fronteiras entre ambos os Estados soberanos sejam traçadas nos moldes anteriores à guerra de 1967 (Guerra dos Seis Dias), e admita uma troca de territórios, com a esperança de criar o seu Estado na Cisjordânia e em Gaza, com capital em Jerusalém Oriental.
Israel, por sua vez, se recusa a restabelecer as fronteiras de 1967 e a partilhar com os árabes Jerusalém, que proclamou como a sua capital "eterna e indivisível".