De acordo com o ex-embaixador da Índia em Moscou Anil Trugunayat, a postura indiana permanece neutra em relação a ambos os conflitos, o ucraniano e o israelense-palestino.
O diplomata indiano contrastou-a com a posição dos EUA, que "lucra significativamente com esses conflitos por meio de um complexo militar-industrial de alta demanda".
"A Índia não quer fazer parte de nenhum exercício letal, como onde quer que a violência esteja ocorrendo, enquanto nós queremos diálogo, diplomacia e paz", afirmou, acrescentando que seu país não quer fornecer armas a muitos países.
Contudo, ele confirmou que a Índia entregou aos países europeus só projéteis sem fornecer "munição completa".
A República da Índia mantém sua postura de não dar armas aos países em guerra, embora enfrente uma pressão do Ocidente quanto à questão ucraniana, garante o tenente-coronel indiano aposentado J.S. Sodhi.
"Não é política do governo da Índia fornecer armas e munição a qualquer nação beligerante porque acreditamos na paz e esta não é a era de guerra. [...] O governo da Índia não concedeu nenhuma permissão para exportar armas ou munições para a Ucrânia ou qualquer outro conflito no mundo", disse.
Segundo ele, são os Estados Unidos que são "o primeiro país a se lançar para fornecer armas e munição a qualquer uma das partes em conflito", onde quer que haja alguma tensão.
A economia norte-americana é baseada na venda de material bélico, por isso os EUA têm fornecido muitas armas e munições para a Ucrânia e para Israel, afirmou Sodhi.
A Rússia, por sua vez, disse repetidamente que o fornecimento de armas à Ucrânia impede o alcance de um acordo de paz e envolve diretamente os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) nas hostilidades.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que os Estados Unidos e a OTAN estão diretamente envolvidos no conflito, inclusive não apenas fornecendo armas, mas também treinando pessoal militar ucraniano no território do Reino Unido, Alemanha, Itália e outros países.