De acordo com informações do Fundo Monetário Internacional (FMI), o desemprego na Alemanha no final do ano passado foi de apenas 3%. Isso é quase três vezes menos do que em 1994, quando a UE começou a funcionar plenamente. O pico desde então ocorreu em 2004, durante o governo do chanceler Gerhard Schröder (10,3%). Angela Merkel, a ex-chanceler alemã, conseguiu reduzir esse número pela metade, e, desde a segunda metade da década de 2010, o emprego cresceu de forma estável.
Apesar disso, a indústria alemã não está em sua melhor forma atualmente. Segundo dados do Eurostat, o nível da produção industrial está em queda há três anos consecutivos: +4,6% em 2021, -0,3% em 2022, -1,9% no ano passado e -0,3% de janeiro a julho. Essa situação é registrada pela primeira vez desde a formação da UE.
Qual o motivo do declínio industrial alemão?
"A estagnação da produção industrial na Alemanha é causada pela política 'visionária' de seu governo: ao conseguir deteriorar radicalmente as relações com a Rússia, criou uma série de problemas para a antiga poderosa indústria nacional", comentou o especialista independente na área da indústria, Leonid Khazanov, à Sputnik.
Em primeiro lugar, as empresas perderam a capacidade de se abastecer de gás natural barato, que vinha da Rússia por meio de gasodutos. O gás importado atualmente é mais caro, forçando um aumento rápido nas tarifas de energia, aponta.
Em segundo lugar, o especialista observa que a queda das importações de metais ferrosos e não ferrosos da Rússia levou à necessidade de buscar fornecedores alternativos, que não hesitaram em aproveitar a situação e aumentar os preços.
Ao perder sua presença de longa data no mercado russo, as empresas alemãs não conseguiram encontrar uma substituição adequada – isso é bem ilustrado pela situação desanimadora na indústria automobilística da Alemanha, lembra Khazanov. E, finalmente, a indústria do país enfrentou uma queda na atividade consumidora na União Europeia, que não mostra sinais de mudança de curso.