Washington está em discussões com o governo do primeiro-ministro Mohammed Shia al-Sudani, para um relacionamento bilateral mais amplo, ação que pretende anunciar já na semana que vem, disseram dois altos funcionários à Bloomberg nesta sexta-feira (20) sob condição de anonimato.
O novo acordo, segundo as fontes, substituiria a coalizão internacional liderada pelos EUA em vigor desde 2014.
Em janeiro deste ano, al-Sudani anunciou oficialmente que Bagdá estava analisando uma data exata para terminar a missão da coalizão, uma vez que "não há mais justificações para a sua existência".
No entanto, a guerra na Faixa de Gaza, que ainda ameaça expandir e se tornar um conflito regional, e ataques na Síria e no Iraque contra bases estadunidenses desaceleraram as tratativas.
Contudo, a presença contínua de tropas dos EUA e de outros países se tornou impopular no Iraque, criando uma responsabilidade política para al-Sudani, que no domingo (15) disse que espera anunciar em breve um cronograma para a retirada, escreve a mídia.
"As justificativas não existem mais. Não há necessidade de uma coalizão. Nós passamos das guerras para a estabilidade. O Daesh [grupo terrorista proibido na Rússia e em diversos países] não está realmente representando um desafio", reafirmou o primeiro-ministro em entrevista à mídia no final de semana passado.
Enquanto isso, o lado norte-americano está inquieto com uma saída total de seus cerca de 2.500 militares, temendo que isso permita que o Irã aumente sua influência dentro do país.
Enquanto os EUA veem o Irã como seu principal inimigo regional, o Iraque buscou laços mais equilibrados com seu vizinho e, na semana passada, recebeu o novo presidente iraniano Masoud Pezeshkian em sua primeira viagem ao exterior.