De acordo com o South China Morning Post (SCMP), as Filipinas cortaram seu próximo orçamento de defesa, levantando preocupações de que as capacidades de suas Forças Armadas continuam inadequadas para defender o país e seu território no mar do Sul da China.
A Câmara dos Representantes das Filipinas aprovou na semana passada um orçamento de defesa de 254 bilhões de pesos filipinos (cerca de R$ 23,3 bilhões) para 2025, representando um corte de 16% da proposta original do Departamento de Defesa Nacional (DND) e sem alocação para novas compras de equipamentos militares, o que contrasta fortemente com a aprovação anterior do presidente Ferdinand Marcos Jr.
Em junho, Marcos Jr. prometeu em um fórum de segurança em Cingapura "desenvolver nossa capacidade de projetar nossas forças [...] para proteger nossos interesses e preservar nosso patrimônio" no mar das Filipinas Ocidental — termo do país para suas águas territoriais no mar do Sul da China.
A quantia que ele aprovou, no entanto, não foi refletida no valor alocado para o programa de modernização militar no próximo ano.
O Departamento de Orçamento e Gestão reduziu o orçamento de defesa proposto em 51 bilhões de pesos (aproximadamente R$ 5,04 bilhões) e deixou apenas 50 bilhões de pesos (cerca de R$ 4,9 bilhões) em financiamento real para o programa de modernização das Forças Armadas. O secretário de Defesa Gilberto Teodoro Jr. esclareceu que o valor cobriria apenas pagamentos por equipamentos previamente encomendados, não novas aquisições.
Enfatizando a necessidade de modernização apesar das restrições orçamentárias, Teodoro disse que as Filipinas já eram um dos países com menores gastos militares.
Recentemente, os EUA chegaram a prometer US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,7 bilhões) para as Filipinas em seu programa de Financiamento Militar Estrangeiro, mas os fundos foram destinados a sistemas de comando e controle seguros, não para a aquisição de armas ou equipamentos de transporte, que é a atual preocupação do país.
Enfrentando limitações fiscais, as Filipinas devem buscar "financiamento criativo" para modernizar suas capacidades militares, disse Teodoro.
No início deste ano, havia grandes esperanças de que os EUA pagariam por uma parcela significativa do programa de modernização militar de Manila nos próximos anos para combater um suposto avanço chinês na região. Até agora, no entanto, nem a ajuda financeira se confirmou da forma que Manila esperava, nem o andamento da legislação de financiamento criativo teve qualquer avanço relatado.