A Força-Tarefa Conjunta Combinada (CJTF-OIR, na sigla em inglês) foi criada em 2014 pelo Comando Central dos EUA como parte de uma missão de combate contra as forças do Daesh (ISIS) — grupo terrorista proibido na Rússia e em diversos países.
"Hoje planejamos anunciar que os Estados Unidos e o Iraque decidiram sobre um plano de transição em duas fases para as operações da CJTF-OIR no Iraque", disse o oficial durante uma coletiva de imprensa.
A primeira fase do plano incluirá a redução de tropas em determinadas partes do país "conforme mutuamente determinado", mas os esforços para reprimir os militantes do Daesh continuarão independentemente do plano de transição, afirmou ele.
"Essa transição não é o fim da Coalizão Global para Derrotar o Daesh [The Global Cohalition Against Daesh]. A coalizão continuará a apoiar os esforços de longo prazo contra o ISIS na região e em todo o mundo", afirmou o oficial.
O período de transição está programado para começar ainda em setembro e deverá ser concluído em setembro de 2025.
Sobre quantas tropas americanas permanecerão no Iraque, os oficiais responderam que o número será determinado durante o diálogo bilateral entre os dois países.
Atualmente, os EUA mantêm um contingente de cerca de 2,5 mil tropas no Iraque. No entanto, muitos observadores apontam que a operação visava, principalemente, expandir a presença dos EUA na região, ao mesmo tempo que bloqueava e enfraquecia os laços do país com seus vizinhos regionais.
Em entrevista à Sputnik, Hossein Askari, professor emérito da Universidade George Washington, especializado em assuntos políticos e econômicos do Oriente Médio, disse que os EUA "vão procrastinar" e tornar impossível uma retirada completa.
"A América relutará em deixar o Iraque por muitos motivos. Primeiro, os Estados Unidos têm medo de uma cooperação crescente entre o Iraque e o Irã", destacou Askari. "Eles veem sua presença no Iraque como a melhor estratégia para prevenir esse futuro."
Ele acrescentou que os EUA usam sua presença no Iraque para obstruir uma rota livre entre o Irã e a Síria, o que, por sua vez, é importante para Israel. Além disso, afirmou que os políticos americanos são "subservientes aos interesses de Israel, e Israel está obcecado com o Irã".
O professor também indicou que os oficiais norte-americanos dificilmente irão se afastar, já que as nações do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) estão cada vez mais preocupadas com a cooperação entre Irã e Iraque, devido à sua própria falta de forças militares robustas.
Por fim, pontuou Askari, os EUA têm interesses comerciais significativos no CCG e temem um efeito dominó com a retirada do Iraque, que poderia levar a uma saída completa do golfo Pérsico, prejudicando ainda mais os negócios americanos.
Para garantir a saída das tropas americanas, o Iraque precisaria "humilhar publicamente os EUA por não partirem aos olhos do mundo".