O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou neste sábado (28) que Israel está buscando criar "uma desculpa" para envolver os EUA diretamente em uma guerra no Oriente Médio. A declaração foi dada em uma coletiva a jornalistas à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
"Parece-me, de fato, que muitas pessoas dizem que Israel quer criar uma desculpa para os Estados Unidos se envolverem diretamente nesta guerra, e para criar tal desculpa eles estão tentando de todas as maneiras possíveis provocar o Irã e o Hezbollah", disse Lavrov.
Em contraponto, o chanceler russo afirmou que os líderes iranianos "estão se comportando de forma extremamente responsável, e que isso deve ser devidamente notado".
Lavrov acrescentou que é necessário parar o derramamento de sangue no Oriente Médio e abandonar os métodos terroristas de "ajuste de contas políticas".
Pelo menos dez explosões provenientes de ataques israelenses foram registradas em Beirute desde sexta-feira (27), deixando pelo menos 300 mortos e mais de 90 feridos. Israel afirma que os ataques têm como alvo integrantes do grupo libanês Hezbollah.
Na coletiva, Lavrov também afirmou que a Rússia não está expandindo seu arsenal nuclear e frisou que embora Moscou tenha suspendido sua participação no Tratado do Novo START, que prevê a redução de armas atômicas entre a Rússia e os EUA, pretende continuar respeitando o acordo enquanto ele estiver em vigor.
"Não estamos expandindo nosso arsenal. Isso é mais uma vez confirmado por nossos representantes oficiais. O tratado de armas estratégicas ofensivas entre a Rússia e os Estados Unidos está em vigor até 2026, onde os níveis correspondentes são fixados. Somos guiados por eles, pelo menos enquanto este tratado estiver em vigor. Suspendemos nossa participação nele, mas dissemos que cumpriremos os níveis e trocaremos certos tipos de informações com os americanos", disse Lavrov.