As declarações foram feitas em uma coletiva de imprensa pelo ministro da Defesa, Múcio Monteiro, o comandante da FAB, Kanitz Damasceno, feitas pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, após uma reunião de coordenação sobre a operação, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
A aeronave, modelo KC-30, decolou do Rio de Janeiro ontem (2) e já está em Lisboa, devendo pousar no aeroporto de Beirute, amanhã (4), às 16h00 local (10h00 de Brasília).
O comandante da FAB adiantou que cerca de 500 pessoas em média devem ser repatriadas semanalmente.
De acordo com Vieira, a operação deve repetir os moldes da que foi feita em outubro do ano passado para repatriar brasileiros que estavam na Faixa de Gaza e em Israel, quando quase 1,6 mil foram repatriados. O chanceler destacou que cerca de 20 mil brasileiros vivem no Líbano e 3 mil brasileiros procuraram a Embaixada do Brasil em Beirute com pedido de repatriação até o momento.
"São números grandes, são 20 mil pessoas que vivem no Líbano, e ainda há pessoas de passagem. Vimos as necessidades e possibilidades de partida. Estamos repetindo o que foi feito de outubro ao início deste ano com relação aos brasileiros que estavam na Palestina e em Israel. Foi uma operação bem-sucedida."
Os critérios de prioridade serão primeiramente os brasileiros não residentes, seguidos de residentes, idosos, mulheres, gestantes, crianças, pessoas com deficiência e com enfermidades.
Plano B
Vieira comentou que a operação só será feita depois que as autoridades envolvidas derem garantias de segurança do voo. Entretanto, ele adiantou que o governo está estudando com a rede de embaixadas dos países na região alternativas por outros países, caso haja necessidade de um plano B.
"Se houver algum episódio que não permita a aterrisagem, claro que será adiado. Isso será resultado dos constantes encontros, reuniões e consultas com autoridades", declarou Vieira. "Já estamos examinando alternativas por outros países. Temos que ver quais são, há um número de bases e outras alternativas que estão sendo tratadas com a embaixada do Líbano e a rede de embaixadas na região."
Desde o último dia 23 de setembro, Israel tem realizado bombardeios contra cidades libanesas. Estima-se que, em pouco mais de uma semana, mais de mil pessoas morreram e um milhão precisaram abandonar suas casas, segundo agências da ONU.
Israel alega que os ataques contra o Líbano visam destruir a infraestrutura e as lideranças do Hezbollah, grupo político e militar que tem realizado ataques contra o norte de Israel em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza.
Desde então, a troca de artilharia tem sido constante na fronteira norte de Israel, com líderes da nação judaica, como o ministro da Economia, Bezalel Smotrich, e o ministro da Segurança, Itamar Ben-Gvir, pedindo pela expansão da guerra ao sul do Líbano.