Brasileiro, filho de libaneses e atual presidente do Fórum Latino Palestino, ele detalhou o sofrimento diário dos parentes em entrevista exclusiva concedida à Sputnik Brasil.
A cidade, que curiosamente compartilha o nome com a famosa região palestina, tornou-se um refúgio para aqueles que fogem dos conflitos no sul do Líbano, aumentando a tensão e o sofrimento de quem tem parentes vivendo na região.
Com a escalada de ataques, o clima de incerteza se intensifica. "O desespero é diário", compartilhou Mohamad, que acompanha de longe a situação de sua irmã, sobrinhos e outros familiares que estão no Líbano.
"Minha irmã mora lá — não é que ela foi passear, ela mora lá —, minhas sobrinhas moram lá, os meus tios moram lá, os primos moram lá. Eu […] costumo visitá-los praticamente todo ano, e este ano quis o destino que eu não pudesse ir visitá-los", relatou.
Ele explica que enquanto alguns familiares já se inscreveram na embaixada brasileira para serem repatriados, outros aguardam ansiosamente a chamada para o próximo voo de resgate.
"Quando chega o avião, eu pergunto lá: 'Você está vindo?' Eles respondem: 'Não, neste não.' […] E a gente fica desesperado", desabafou.
A situação, segundo ele, é agravada pela presença constante de aviões sobrevoando a cidade, gerando medo entre os moradores.
Durante a entrevista, ele disse que todos ficam se perguntando: "Os aviões que sobrevoam estão apenas observando ou vão bombardear? Não há presença de grupos armados em nossa região, mas o sul do vale do Beqaa já foi atacado várias vezes", relatou.
El Kadri manifestou sua indignação ao falar sobre os conflitos em Gaza, destacando a brutalidade da situação. "Nós estamos, em pleno século XXI, ainda assistindo ao vivo e a cores esta matança, esta guerra brutal, este absurdo, que é o que está acontecendo em Gaza", desabafou.
Operação
Desde 1º de outubro, Israel vem conduzindo uma operação terrestre contra as forças do Hezbollah no sul do Líbano, enquanto continua os ataques aéreos. Apesar das perdas, o grupo libanês vem lutando contra as tropas israelenses no solo e lançando foguetes através da fronteira. Israel diz que seu principal objetivo é criar condições para o retorno de 60 mil moradores que fugiram dos bombardeios no norte.