"O CNE não tem a competência para exigir que eu deixe meu cargo, mas abriu a porta ao formular acusações de maneira inconstitucional. Trata-se de uma medida que busca um golpe parlamentar. Não serei acusado de nenhum crime, pois não cometi nenhum; em vez disso, serei submetido a um julgamento por indignidade, sem que nenhum limite tenha sido ultrapassado na campanha. Essa estratégia foi explicitamente proposta por Néstor Humberto Martínez e por Germán Vargas Lleras. Estamos diante de um golpe de Estado baseado em provas falsas", disse o mandatário em sua conta na rede social X.
Na última terça (8), o CNE aprovou, com 7 votos a favor e 2 contra, uma investigação contra o presidente Petro por ultrapassar os limites de gastos durante sua campanha a presidente em que venceu Iván Duque (2018–2022). A acusação é de omissão de alguns empréstimos e depósitos nas contas que os candidatos devem apresentar ao final das eleições.
Segundo o jornal El Colombiano, do país sul-americano, trata-se de um processo administrativo, o que significa que o presidente não pode ser destituído do cargo, pois esse poder é exclusivo do Congresso.
Após o veredicto, Petro afirmou que o objetivo é retirá-lo da vida política e garantiu que se a investigação for adiante, representará "a maior afronta" à democracia na história do país.
Germán Vargas Lleras foi vice-presidente de Juan Manuel Santos (2010–2018) e também ministro de Habitação, enquanto Néstor Humberto Martínez foi procurador-geral entre 2016 e 2019, e ambos têm sido críticos ferrenhos do atual presidente.
Solidariedade ao presidente colombiano
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, manifestou também nesta quarta (9) solidariedade a Gustavo Petro pela investigação.
"Quero tornar pública e evidente a nossa solidariedade ao presidente Petro. O Conselho Nacional Eleitoral, dois anos depois da eleição, abre uma investigação sobre despesas de campanha, e ontem [8] [o presidente colombiano] a chama de golpe de Estado", disse ela em entrevista coletiva.