Panorama internacional

Que consequências poderia Israel enfrentar se ele decidir atingir os locais nucleares do Irã?

Os falcões da guerra em Israel não descartam a possibilidade de lançar um ataque às instalações nucleares do Irã em resposta ao ataque massivo de mísseis de Teerã, segundo afirmou o ministro da Defesa israelense Yoav Gallant, dizendo que "tudo está em cima da mesa".
Sputnik
Israel prometeu retaliação pelo ataque de mísseis iraniano que ocorreu no dia 1º de outubro, com o premiê israelense afirmando que Teerã "pagaria por isso". A declaração desencadeou especulações sobre a escala da resposta de Israel e suas opções.

"No caso de um ataque [israelense] contra [instalações nucleares iranianas], seria, antes de tudo, um desastre para Israel e seus aliados [...]. Eu diria que, em geral, seria uma grande guerra no Oriente Médio [...]. E quando os EUA se afastarem de tudo isso, será um grande problema, que ameaçará a destruição do próprio Israel", disse à Sputnik Yevgeny Mikhailov, observador militar russo e analista político.

O efeito dos explosivos em materiais nucleares armazenados nas instalações do Irã, que provavelmente possuem urânio de baixo teor de enriquecimento, representaria um enorme risco para a saúde pública além das fronteiras do país.
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Que outras questões impedem Israel de realizar os ataques?

As munições das Forças de Defesa de Israel (FDI) usadas para atingir os túneis do Hezbollah e do Hamas seriam ineficazes contra as instalações nucleares altamente reforçadas do Irã.

"A única arma convencional que poderia plausivelmente conseguir isso é a bomba antibunker GBU-57A/B, que só pode ser transportada por grandes bombardeiros americanos como o B-2 Spirit", aponta um relatório analítico publicado no Boletim dos Cientistas Atômicos. Desta forma os caças-bombardeiros F-15, F-16 e F-35 de Israel não seriam capazes de transportá-la.

Israel precisaria usar cerca de 100 aeronaves para tal operação (que é quase um terço de suas 340 aeronaves com capacidade de combate), de acordo com um relatório do Serviço de Pesquisa do Congresso dos EUA (CRS).
Alcançar os locais nucleares do Irã envolveria voar sobre o espaço aéreo soberano da Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e possivelmente da Turquia, colocando obstáculos diplomáticos. A distância até os locais iranianos em questão é de mais de 1.609 km, exigindo um complexo reabastecimento no ar.
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