O novo primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, defendeu durante a campanha eleitoral o fortalecimento das capacidades de defesa do Japão, a criação de uma "OTAN asiática" e um sistema de segurança coletiva na região.
De acordo com Lavrov, Moscou está preocupada com os planos de "remilitarização" do governo japonês, que segue uma política para aumentar os gastos com a Defesa e inclui conceitos de ataques preventivos em sua doutrina militar.
"Qualquer militarização, quaisquer ideias sobre a criação de blocos militares sempre trazem riscos de confronto, que podem passar para uma fase quente", disse ele durante uma coletiva de imprensa na sexta-feira (11) na 19ª Cúpula do Leste Asiático.
Ele indicou que o Japão está cada vez mais envolvido em atividades militares com os Estados Unidos e seus parceiros na região da Ásia-Pacífico, cuja política está direcionada contra a Rússia e a China.
Portanto, a declaração final da cúpula não pôde ser adotada devido às tentativas dos EUA e de vários países de politizá-la.
A Cúpula do Leste Asiático é um fórum para o diálogo entre os líderes da região da Ásia-Pacífico sobre uma ampla gama de questões estratégicas, políticas e econômicas.
As reuniões nesse formato são realizadas anualmente em conjunto com eventos de alto nível da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês).
Desde 2011, os líderes da Rússia e dos Estados Unidos também são convidados para o fórum.
Durante a coletiva de imprensa, Lavrov informou que vários países da ASEAN aceitaram o convite para participar da cúpula do BRICS em Kazan (Rússia), de 22 a 24 de outubro.
"A associação [BRICS] atua hoje como um dos pilares de sustentação da ordem mundial multipolar e a próxima cúpula do BRICS em Kazan certamente será um evento internacional de importância global", enfatizou.