Ciência e sociedade

Astrônomos divulgam IMAGEM de buraco negro monstruoso destruindo uma estrela e atacando outra

O telescópio espacial Chandra da NASA avistou, através de uma leitura de raios X, um buraco negro destruindo implacavelmente uma estrela e mirando em sua próxima vítima estelar.
Sputnik
Astrônomos avistaram um buraco negro supermassivo em uma galáxia a 210 milhões de anos-luz da Terra, no centro de AT2019qiz, que está arremessando os restos de estrela destruída anteriormente, enquanto outra estrela — ou possivelmente em um buraco negro menor de massa estelar — o está orbitando, configurando um verdadeiro pesadelo galáctico.
O evento foi observado pela primeira vez pelo Zwicky Transient Facility, que viu a morte violenta de uma estrela devido à influência gravitacional deste buraco negro em um chamado evento de interrupção de maré (TDE, na sigla em inglês) em 2019.
Em 2023, o Telescópio Espacial de Raios X Chandra da NASA, o Telescópio Espacial Hubble, o Neutron Star Interior Composition Explorer (NICER), o Observatório Neil Gehrels Swift e outros telescópios passaram a observar o fenômeno.
Com a destruição de sua primeira vítima, o buraco negro passou a ter uma nuvem achatada de material estelar ao seu redor, que se estendeu a ponto de um objeto em órbita colidir repetidamente com ele enquanto circulava ao redor do buraco negro supermassivo de AT2019qiz. Essas colisões causam flashes de raios X vistos pelo Chandra.

"Imagine um mergulhador entrando repetidamente em uma piscina e criando um respingo toda vez que entra na água", disse o líder da equipe Matt Nicholl da Universidade de Queen's em Belfast, Reino Unido, em uma declaração. "A estrela nesta comparação é como o mergulhador, e o disco é a piscina, e cada vez que a estrela atinge a superfície, ela cria um enorme 'respingo' de gás e raios X. Conforme a estrela orbita ao redor do buraco negro, ela faz isso repetidamente."

A ilustração de um buraco negro destruidor de estrelas que após destruir uma, se voltou para uma próxima vítima
A pesquisa, publicada na Nature, retrata o encontro de estrelas com esses corpos celestes supermassivos equivalentes a milhões ou bilhões de sóis encontrados no coração de todas as grandes galáxias.
Quando uma estrela se aproxima muito de um buraco negro supermassivo, a gravidade é tão diferente em seus pontos mais próximos e mais distantes do buraco negro que forças de maré poderosas são geradas dentro da estrela. Isso faz com que o corpo estelar condenado seja esticado verticalmente e simultaneamente esmagado horizontalmente. Esse processo, chamado de "espaguetificação", transforma a estrela em um longo macarrão cósmico de plasma.
A equipe então tratou de relacionar os diversos dados disponíveis pelos telescópios e conseguiram determinar a largura do disco de acreção ao redor do buraco negro supermassivo, revelando que ele havia se espalhado o suficiente para permitir que qualquer objeto orbitando o buraco negro por um período de cerca de uma semana ou menos atingisse o disco e causasse erupções captadas pelo Chandra como explosões de raios X a cada 48 horas vindas de AT2019qiz.

"Esse é um grande avanço em nossa compreensão da origem dessas erupções regulares", disse Andrew Mummery, da Universidade de Oxford, em uma declaração. "Agora percebemos que precisamos esperar alguns anos para que as erupções 'liguem' depois que uma estrela foi despedaçada, porque leva algum tempo para o disco se espalhar o suficiente para encontrar outra estrela."

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