Este comentário fez Andrei Zeltyn, professor sênior da Escola de Estudos Orientais da Escola Superior de Economia russa, em uma entrevista para a Sputnik.
Na terça-feira (16), a mídia israelense informou que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, enviaram uma carta ao ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e ao ministro de Planejamento Estratégico, Ron Dermer, ameaçando impor um embargo de armas a Israel se a crise humanitária na Faixa de Gaza não for resolvida em um mês.
"Isso está relacionado às eleições de 5 de novembro [nos EUA], porque há muito tempo se fala que é importante para os democratas que a equipe de Biden chegue às eleições com algumas conquistas sérias na frente da política externa. O conflito ucraniano não está dando certo, a segunda opção é o conflito no Oriente Médio", disse Zeltyn.
O especialista explicou que, nos últimos meses, os EUA têm feito esforços "desumanos" para fazer com que Israel pare de lutar ou, pelo menos, chegue a um cessar-fogo, pelo menos na Faixa de Gaza.
Se isso for bem-sucedido, Biden poderá demonstrar ao eleitorado que sua equipe está transmitindo com sucesso "os esforços de paz em terreno real", observou Zeltyn.
Porém, segundo ele, é pouco provável que o movimento palestino Hamas e Israel cheguem a um cessar-fogo, uma vez que os lados do conflito estão alcançando coisas diametralmente opostas e ninguém quer conceder nada.
Assim, Zeltyn acredita que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu não quer que na eleição nos EUA vença Harris, mas o candidato republicano e ex-presidente Donald Trump.
"Para Netanyahu, Trump é importante porque ele tem uma boa experiência com Trump e tem uma experiência ruim com Biden e, consequentemente, com Harris", concluiu o especialista.