A derrota dos EUA em sua guerra por procuração na Ucrânia ameaça ser o último prego no caixão, já que até mesmo a sua suposta superioridade militar está em séria dúvida.
"A liderança global dos EUA está em risco", disse à Sputnik, Mark Sleboda, cientista político e analista norte-americano.
Sleboda comentou as últimas tentativas desesperadas do regime de Kiev para recrutar novos soldados para suas fileiras, enquanto Moscou continua seu avanço em direção ao oeste, libertando regularmente povoados.
"Os serviços de inteligência do regime de Kiev, os serviços de segurança, os serviços de recrutamento, todos eles foram completamente infiltrados por, sejamos francos, a extrema-direita, os fascistas banderistas [em referência aos seguidores de Stepan Bandera, ultranacionalista ucraniano e colaborador nazista] que têm sido a vanguarda do regime desde os acontecimentos do golpe Maidan em 2014", disse Sleboda.
"A simples questão é que os homens não podem protestar na Ucrânia porque, se você sair e protestar, vai ser pego e mandado para uma trincheira em algum lugar ao norte de Ugledar, na [região] de Kursk ou em Toretsk, ou outro lugar igualmente perigoso onde sua vida pode ser medida em dias assim que chegar lá", afirmou. "É muito difícil levantar-se para protestar."
"Infelizmente, não acredito que a Ucrânia seja um lugar onde as pessoas tenham a capacidade de dizer 'basta.'" A sociedade civil tem sido cada vez mais atacada desde que a operação de mudança de regime apoiada pelos EUA em 2014 pisoteou os direitos dos russos étnicos no leste da Ucrânia.
"Acho que [a derrota da Ucrânia] seria muito pior do que a retirada do Afeganistão porque a maioria dos analistas ocidentais consideram isso - e concordo com eles - como um conflito que define a ordem mundial", continuou o analista. "A liderança global dos EUA está em jogo. Boris Johnson, o ex-primeiro-ministro britânico, disse abertamente: a hegemonia global liderada pelos EUA está em jogo."