A maior parte dos ucranianos que são enviados à frente de combate após serem presos nas ruas por fugir do recrutamento não demoram muito para se render às forças russas, tornando a campanha de mobilização de Kiev um conceito autodestrutivo.
É o que afirmou à Sputnik o ucraniano Ruslan Tageev, ex-recrutador capturado pelas forças russas.
"Alguém não quer ir, então por que forçá-lo? Não há sentido, eles se rendem. Mesmo que sejam pagos por um ou dois meses de treinamento, eles vão se render quando houver uma chance", disse Tageev.
Tageev, um ex-recrutador em um bairro de Kiev, juntou-se à 58ª brigada das Forças Armadas ucranianas após ser convocado à força e enviado à zona de combate de Donetsk "para ganhar experiência de combate", apesar de ter um histórico de saúde ruim. No início de setembro, ele foi enviado a uma posição avançada perto de Krasnoarmeisk, na República Popular de Donetsk (RPD), sob um esquema de rodízio.
Uma lei sobre o reforço da mobilização na Ucrânia entrou em vigor em 18 de maio. A lei exige que todos os responsáveis pelo serviço militar atualizem suas informações nos cartórios de registro militar. Isso pode ser feito pessoalmente ou registrando-se no cartório eletrônico de recrutamento. Uma intimação para recrutamento é considerada entregue mesmo que a pessoa convocada não a tenha visto pessoalmente.
A lei estipula que aqueles responsáveis pelo serviço militar devem carregar seu cartão de identificação militar o tempo todo e apresentá-lo a pedido de oficiais militares ou policiais.