Em entrevista à Sputnik, o diretor de pesquisa do Centro de Estudos Russos e professor do Instituto de Pesquisa Econômica da Universidade de Hitotsubashi explicou que a grande diferença das economias dos participantes do BRICS dificulta a criação de uma moeda única.
Por exemplo, a diferença no PIB per capita entre a China e a Rússia, por um lado, e a Etiópia, por outro, é mais de dez vezes.
Enquanto a diferença, no mesmo indicador, entre a Alemanha e a Croácia, países-membros da União Europeia que têm sua moeda única – o euro, é de apenas 2,5 vezes, sublinha o especialista.
Ao mesmo tempo, Kumo admitiu a possibilidade de criar mecanismos de pagamento independentes do dólar e do sistema de pagamentos SWIFT.
"Ao mesmo tempo, deve-se observar que os benefícios de tais mecanismos podem variar significativamente de país para país. Por exemplo, países como os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, que têm um grande volume de comércio com o G7, podem não precisar deles. No entanto, para esses países [tais mecanismos] podem servir como uma espécie de seguro em caso de circunstâncias imprevistas", acrescentou.
O BRICS é uma associação interestatal criada em 2006. A Rússia assumiu a presidência do BRICS em 1º de janeiro de 2024.
O ano começou com a entrada de novos membros na associação: além da Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul, o BRICS agora inclui o Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
O principal evento da presidência russa vai ser a 16ª Cúpula do BRICS em Kazan de 22 a 24 de outubro.