Um dos passageiros do sétimo voo, ele elogiou a organização da operação, iniciada no começo deste mês. "Desde o início, a Embaixada do Brasil em Beirute e a Força Aérea Brasileira foram fundamentais."
Segundo ele, a prioridade foi dada a idosos, gestantes e crianças, o que atrasou um pouco seu retorno. "Tenho que agradecer muito ao governo brasileiro e a todos que participaram dessa missão."
Apesar de ter retornado sozinho, Smidi disse que seu filho já havia sido resgatado no primeiro voo da operação. No entanto parte de sua família permanece no Líbano. "Minha esposa e meus três filhos ainda estão lá. Estamos aguardando a possibilidade de eles virem nos próximos voos."
Smidi, que nasceu no Brasil e tem dupla nacionalidade, contou à Sputnik Brasil que estava no Líbano em visita à família quando o conflito começou. "Eu fui para turismo, visitar meus parentes, e aí tudo começou. Guerra é assim, você não sabe se vai viver até o dia de amanhã."
"Você ouve os aviões, as bombas, e não sabe para onde fugir. É um terror que você enfrenta diariamente."
A operação de repatriação segue em andamento, com novos voos previstos para trazer de volta os brasileiros que ainda se encontram em zonas de conflito no Líbano.
Qual o motivo da guerra de Israel no Líbano?
O conflito entre Israel e o Hezbollah escalou no início deste mês, com Tel Aviv realizando ataques aéreos no sul do Líbano e matando o líder do grupo libanês, Hassan Nasrallah.
O país iniciou incursões terrestres sob justificativa de atacar a infraestrutura do Hezbollah, aliado do grupo palestino Hamas, contra quem Tel Aviv trava uma guerra há mais de um ano na Faixa de Gaza.
O Líbano enfrenta uma grave crise humanitária, com mais de 1,5 mil mortos e cerca de 1 milhão de desalojados devido aos bombardeios israelenses ao longo do último mês.
O Hezbollah, criado no Líbano em 1982 para resistir à invasão israelense, é uma combinação de partido político, organização militar e movimento xiita.