Eles pediram uma ação imediata das autoridades e enfatizaram que os riscos de enfraquecimento da circulação das correntes foram gravemente subestimados.
A circulação meridional de capotamento do Atlântico (AMOC, na sigla em inglês), grande parte da qual é constituída pela Corrente do Golfo, transporta calor da zona equatorial para o Hemisfério Norte, desempenhando um papel importante no sistema climático da Terra.
Vários estudos mostraram que a corrente está diminuindo de velocidade em resultado do aquecimento global, ameaçando lançar o clima do planeta no caos.
"Essa mudança na circulação oceânica terá impactos devastadores e irreversíveis, especialmente para os países nórdicos [da Europa], mas também para outras partes do mundo", diz a carta.
O norte da Europa, principalmente a Dinamarca, Suécia, Noruega, Islândia e Finlândia, vai ser a primeira e principal zona a ser atingida.
Espera-se que essa região sofra um resfriamento significativo e a consolidação de condições climáticas extremas.
A agricultura no noroeste da Europa também vai ser afetada, enfatizaram os cientistas climáticos.
A carta prevê efeitos de um colapso da corrente atlântica também em outras regiões: os sistemas de monções tropicais poderiam se deslocar para o sul e causar efeitos catastróficos nos ecossistemas e na agricultura.
Ao longo da costa atlântica da América do Norte, o nível do mar poderia subir, ameaçando seriamente a pesca.
Cientistas do clima alertam que, sem uma ação urgente, a Corrente do Golfo poderia parar completamente nas próximas décadas.
A carta foi enviada ao Conselho de Ministros Nórdicos e pediu apoio ao Acordo Climático de Paris de 2015, que exige medidas para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius, com um máximo de 2 graus até 2100.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse anteriormente que a temperatura da Terra poderá aumentar 2,8 graus até o final do século se os países não intensificarem suas estratégias de descarbonização.
Como parte da agenda climática global, a maioria dos países adotou programas para alcançar a neutralidade de carbono.
Isso é um equilíbrio entre as emissões de gases de efeito estufa (dióxido de carbono, metano e outros) e sua absorção por meio de tecnologias feitas pela humanidade e de ecossistemas naturais, principalmente florestas.
A Rússia planeja alcançar a neutralidade de carbono até 2060.