"A lição [que] fica [é] que realmente a Geórgia não é tão pró-Ocidente como se esperava, o que também não significa que ela é pró-Rússia; significa que a população entende que é preciso um equilíbrio", opinou.
"Há, sim, uma tendência de maior influência do Ocidente, sobretudo via instituições como ONGs, que têm grande presença em todo o território georgiano. Há uma tendência de aproximar a opinião pública daquilo que a gente entende enquanto um arcabouço ideológico, ideacional, ocidental, que se distancia um pouco daquilo que é a agenda política de Moscou", opinou a especialista.
"Entendo que essas denúncias [da oposição e do Ocidente] servem também como um propósito político de fortalecer a liberal democracia ocidental, mas me pergunto se em alguma medida não pode ser um tiro pela culatra, à medida que dá mais fôlego para aqueles que partilham dessa visão de vilanização extrema da Rússia, que coloca o Ocidente no posto de quem deve ser questionado", comentou ela. "[…] não me parece que os resultados desta eleição podem ser mudados por vias pacíficas, por vias legais, enfim, sem causar um grande rebuliço na sociedade", comentou a entrevistada.