Durante os últimos meses, as tropas russas têm avançado especialmente bem, afastando cada vez mais as posições ucranianas e libertando muitos povoados e cidades.
"Não revelarei um segredo militar se disser que nossa frente está desmoronando. [...] Em primeiro lugar, é a falta de munição, de armas. Em segundo lugar, são as pessoas: não há pessoas, não há reabastecimento. As pessoas estão muito cansadas, simplesmente não conseguem manter as linhas em que estão. E, em terceiro lugar, é o desequilíbrio da administração", disse ao ex-deputado ucraniano Borislav Bereza.
Marchenko disse não entender a razão de Kiev estar priorizando enviar suas tropas à direção de Kursk, em vez de outras zonas problemáticas.
A invasão da região russa de Kursk não fez sentido, segundo ele, por precisar de inúmeros recursos para manter lá os militares.
O coronel-general também acredita que a Ucrânia deve contar com apenas si mesma, não com assistência ocidental.
Ele criticou o chamado "plano de vitória" do líder atual ucraniano Vladimir Zelensky, que inclui o pedido do aumento da ajuda militar ocidental para a Ucrânia.
"Ninguém nos deve nada. Qualquer líder normal, qualquer presidente normal, pensa em primeiro lugar em seu próprio povo, não no povo de outras pessoas. Os líderes de outros países não vão piorar as coisas para seu povo", acrescentou Marchenko.
Mais um problema da Ucrânia, ele chamou, é a corrupção nos mais altos órgãos militares que levou à ruptura da ordem de defesa em 2020-2021.