Ciência e sociedade

Marinha dos EUA pede desculpas por destruição de vilarejo no Alasca 142 anos após

A Marinha dos Estados Unidos pediu desculpas por ter destruído e queimado uma aldeia de nativos, no sudeste do Alasca, há 142 anos, informou a Associated Press.
Sputnik
A tragédia ocorreu no vilarejo de Angoon do povo indígena Tlingit, onde viviam cerca de 420 pessoas, em 26 de outubro de 1882.
O ataque foi um de uma série de conflitos entre militares dos EUA e os nativos do Alasca nos anos que se seguiram à compra do território da Rússia pelos Estados Unidos, segundo o artigo.
A sequência de eventos que levou à tragédia é a seguinte:
1.
Um xamã tlingit, Tith Klane, foi morto em resultado da explosão de um arpão em um navio baleeiro de propriedade de seu empregador, a North West Trading Company.
2.
Segundo a versão da Marinha norte-americana, os membros da tribo fizeram com que a tripulação desembarcasse e exigiram 200 cobertores como indenização.
3.
Ao mesmo tempo, os tlingit afirmam que os marinheiros desembarcaram porque queriam participar do funeral e que é improvável que a tribo pedisse uma indenização tão rapidamente.
4.
Depois, suspeitando que estivessem se preparando para um tumulto, um alto representante da empresa se queixou à Marinha dos EUA, afirmando que "a revolta ameaçava a vida e a propriedade dos residentes brancos".
5.
Em 25 de outubro de 1882, a Marinha norte-americana exigiu que a tribo trouxesse os 400 cobertores como punição pela desobediência, mas os tlingit puderam coletar só 81.
6.
No dia seguinte, navios de guerra começaram a disparar contra o vilarejo. Em seguida, os marinheiros desembarcaram e queimaram o que restava das casas, depósitos de alimentos e canoas.
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Descendentes das vítimas contaram como, depois do massacre, os velhos da tribo se sacrificaram saindo da aldeia para a floresta, onde acabaram morrendo de fome para que os mais novos tivessem mais comida.

"A Marinha reconhece a dor e o sofrimento infligidos ao povo tlingit e reconhece que essas ações injustas resultaram em perda de vidas, perda de recursos, perda de cultura e criaram e infligiram traumas intergeracionais a esses clãs", declarou o contra-almirante Mark Sucato, comandante da região noroeste da Marinha dos EUA, citado no artigo.

Anteriormente, a Marinha emitiu um pedido de desculpas no mês passado por ter destruído o vilarejo vizinho de Kake em 1869, enquanto o Exército indicou que planeja pedir desculpas pelo bombardeio da cidade de Wrangell, também no sudeste do Alasca.
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O Alasca é o maior e mais setentrional estado dos Estados Unidos, localizado no noroeste da América do Norte e tem uma fronteira marítima com a Rússia no estreito de Bering.
O Alasca foi descoberto por uma expedição russa em 1732 e era uma possessão russa na América do Norte, mas, como resultado de um acordo entre os governos do Império Russo e dos Estados Unidos, foi vendido aos EUA em 1867.
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